A Região Colonial Italiana do Rio Grande do Sul foi palco de uma guerra cultural com características únicas. Ela se travou não só apenas no campo do partidarismo, mas também no da formação dos leitores. Entre 1890 e 1914, surgiram jornais políticos, literários e críticos. Pela leitura deste livro, assiste-se à demolição vagarosa da expressão original italiana em nome do domínio da língua portuguesa. À nacionalização do leitor imigrante correspondeu a suposta renúncia do passado recente. Evidentemente, o processo não foi mecânico, e a resistência cultual dos colonos revelou-se tenaz. Ainda que, aos poucos, tenham de bom grado se abrasileirado e se socializado com as populações locais, os imigrantes e seus descendentes conseguiram manter a ferro e fogo a sua identidade cultural. E os jornais, principalmente os mantidos pelos padres católicos, tiveram uma função fundamental na união entre os integrantes do mesmo grupo. Giron, Loraine Slomp; Pozenato, Kenia.