A parte mais fácil da assessoria de imprensa é disparar um release por email para um número infindável de jornalistas cadastrados num mailing comprado ou montado por você. Mas isso não é o trabalho principal do assessor.
O resultado pode até ser um ou outro site publicar automaticamente o texto e até citar o autor. No entanto, o jornalista mais importante que você precisaria atingir vai apagar o email, nem vai receber porque seu remetente pode cair numa lista negra de lixo eletrônico pela quantidade de mensagens enviadas todos os dias ou por sorte – ou por ser seu conhecido – o jornalista pode dar uma espiada no texto, mas se não for da editoria dele ainda vai ficar brabo por ter ocupado a caixa de correio.
Nessa semana, o criador do Grupo Comunique-se, Rodrigo Azevedo, publicou um artigo falando do fim do envio de releases por e-mail. Ele deixou questões no ar, afinal, isso vai mesmo acontecer? Deveria acontecer? Você gostaria que acontecesse?
Você sabia que os sistemas de envio de releases disparam cerca de 10 milhões de releases por mês? Isso sem contar as dezenas de empresas de assessorias que possuem seus próprios mailings. Imaginem um colunista de economia que recebe mais de quinhentos e-mails por dia e ainda precisa se dedicar às entrevistas exclusivas, ir aos eventos e conseguir informações privilegiadas.
No Brasil a rotina tem sido essa: escreve, manda email, faz follow. Tem dado certo, mas ao mesmo tempo precisa de uma avaliação individual para cada assunto que está sendo trabalhado. Por isso, sempre defendo o trabalho personalizado. Quanto mais você se dedica a um assunto ou a um cliente, mais chances você tem de conseguir bons e eficientes resultados. Já disse aqui e repito, é preciso conhecer o mínimo da rotina da redação e um pouco do jornalista que se pretende enviar um release.
Nunca subestime o jornalista da redação. Com essa regra, nos Estados Unidos o caminho das assessorias para alcançar o resultado é diferente. Rodrigo citou no seu artigo que por lá, criou-se sistemas de distribuição de releases, como BusinessWire, PRNewsWire e PRWeb. O e-mail também veio. Porém, a indústria do release é mais organizada com esses agregadores. O envio do e-mail é mais individual do que o disparo para listas inteiras, ao contrário da prática brasileira”, escreveu.
Esse agregador que ele cita consiste, basicamente, de um serviço onde os releases são publicados e organizados por assuntos. Nessas ferramentas, os jornalistas assinam apenas assuntos de interesse. Afinal, essa é a maior reclamação, receber materiais que não tem nada a ver com a editoria a qual o jornalista atua.
No Brasil, foi lançado o DINO (start up da qual o Rodrigo é co-fundador), dentre outras. O DINO já tem um número expressivo de releases publicados todos os dias. E os jornalistas podem assinar releases de assuntos de interesse, e o DINO passa a gerar um resumo enviando um compilado, em vez de vários e-mails.
Alguns jornalistas que estão usando dizem que é interessante, pois vão buscar a informação à medida que precisam de dados específicos.
O velho jeitinho brasileiro de mandar direto para os jornalistas, telefonar e tentar convencer que o release é bom vai continuar, certamente, mas seja prudente, defina um método personalizado e mantenha relacionamento saudável com pessoas estratégicas, ou seja, colabore mesmo quando não tiver nada a ver com o seu cliente. Escolha bem o que vai mandar e para quem vai mandar. Não seja um disparador de releases!
Fonte: AcontecendoAqui