A área de comunicação digital no Brasil, assim como em muitos outros setores quando comparados a cenários internacionais, ainda apresenta grande déficit de desenvolvimento, porém vem ganhando contornos cada vez mais densos e sólidos, já que a procura e oferta por cursos especializados e profissionais mais capacitados tem se tornado uma realidade “bem real”.
Os valores oferecidos ainda são, em grande parte, simbólicos, ou seja, tão baixos que nem ao menos podemos considerá-los como um salário real. Há ainda o fator da insistência em designar tais funções a estagiários em início de formação. Cabe aqui ressaltar que não há desmerecimento para com o estagiário em si, mas devemos partir do pressuposto que um profissional formado e atuante tem mais experiência que um jovem que acabou de ingressar na faculdade.
Ainda que existam alguns entraves, o ambiente tem se tornado cada vez mais fértil para este ramo específico. Agências cada vez mais especializadas, empresas cada vez mais antenadas nos rumos do mercado, profissionais cada vez mais completos e, principalmente, um público que a cada dia se torna mais exigente, mais crítico e mais atuante dentre os tentáculos da economia.
A produção cada vez mais intensa de materiais a respeito dessa temática também é um fator importante a ser destacado. Fugimos dos tradicionais livros e papers estrangeiros para dar investimento em material próprio, em pesquisa própria, em livros próprios. Dessa forma nós conseguimos não só ter material disponível em português como aumentamos pouco a pouco o nível dos materiais produzidos e criamos uma expertise particular sobre o nosso quintal, já que estudar o cenário brasileiro é muito diferente de analisar outros cenários internacionais.
Investir em formação
Essa oferta de conteúdo brasileiro é reflexo, também, do aumento na disposição de cursos específicos para a área de comunicação digital. Hoje em dia é possível encontrar especializações em praticamente qualquer segmento: conteúdo, marketing digital, estratégia e planejamento, analytics, conversão, mídias sociais, e-commerce, big data, personal branding e por aí vai. O profissional de comunicação digital brasileiro tem procurado, através de cursos livres, extensões ou até mesmo pós-graduações, especializar-se de uma forma mais densa, tornando-se cada vez mais completo.
Porém há ainda um fator que chama muito a atenção quando reservamos um momento para trocar experiências com esse segmento. O número de profissionais independentes também tem crescido de forma acentuada, seja porque o profissional não se adequou às formas do mercado, seja porque a agência em que atuava era “careta” ou, ainda, seja por pura vontade de tocar um negócio sozinho. Já é uma realidade cotidiana observar profissionais que tocam sozinhos suas “agências particulares”, deixando o mercado ainda mais competitivo e dinâmico.
No mais, o que sempre foi o eixo central lá fora começa a ser válido de forma mais consistente aqui dentro: investir em conhecimento nunca foi um gasto. Investir em cursos, no consumo de conteúdos de qualidade só direciona o profissional para uma formação mais completa, mais rígida. Investir em educação, em formação, é o pilar decisório no país que adora estar conectado nas redes sociais e que agora faz disso sua profissão.
Fonte: Blog Mídia 8