De acordo com dados divulgados em 2012 em um estudo realizado pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) sobre o perfil do jornalista brasileiro, constatou-se que o mercado está bastante segmentado. 55% dos profissionais trabalham em veículos de comunicação, produtoras de conteúdo, etc; 5% atuam na docência; e 40% estão “fora da mídia”, operando assessorias de imprensa ou outras atividades que exigem conhecimento jornalístico. Jorge Duarte, no livro “Assessoria de imprensa e relacionamento com a mídia”, destaca que cálculos realizados dentro dos sindicatos indicam que a última função representa 50% dos jornalistas graduados, todos atuantes na área de comunicação organizacional.
Independentemente do formato, o jornalista necessita empacotar satisfatoriamente a notícia, sabendo “vendê-la” a um público carente de grandes histórias – interno ou externo. Qualquer que seja o segmento mercadológico escolhido, é inegável apontar que a profissão evoluiu, exigindo muito mais de seus agentes. Hoje não basta produzir um bom boletim de rádio, uma consistente matéria para o impresso ou um link ao vivo de TV. É preciso ir além, absorvendo conteúdos, inclusive, de outras áreas. A começar, pelas coirmãs de comunicação: publicidade e propaganda e relações públicas.
O homem tem a necessidade de se relacionar. Ele é um ser político, que refuta ou absorve diferentes assuntos. Ilhas humanas não existem, salvo aquelas da imaginação fértil dos literatos. Relacionar-se, portanto, é criar bons contatos, saber dar aquilo que as pessoas querem, mantendo o fluxo de civilidade e ética. As profissões de PP ou RP, bem como no jornalismo, se assemelham a essa descrição, afinal, é do comunicador a função de unir entidades e públicos, buscando reciprocidade e aderência sobre suas necessidades. E jornalista que se preze precisa deter tais conhecimentos ou, pelo menos, dominá-los como um eloquente adereço cultural. Neste mundo pós-moderno, as oportunidades são concedidas ao conhecimento. O mercado é feito de especialistas e, embora seja impossível conhecer “tudo de tudo”, não é incomum constatar um grande esforço coletivo pela versatilidade profissional.
O jornalista deve ser, acima de tudo, um emissário da informação, seja pública ou aquela que provém das “especificidades das assessorias de imprensa”, como refere o Código de Ética. Trabalhando na mídia ou nas fontes, exige-se do profissional uma vocação cada vez maior em gestão da comunicação, integrando áreas diferenciadas. Não apenas comunicacionais, mas também administrativas, jurídicas e contábeis, sempre buscando a tradução de conteúdo específicos, interligados, em favor de uma linguagem comum e simplificada, dando armas ao público-alvo para entender e avaliar aquela informação. E nesse contexto, a possibilidades são amplas e só fazem crescer!
O mercado está ensinando a importância da formação de gestores da comunicação. A capacidade de gerir públicos e conteúdos diferentes é essencial em uma realidade onde a competição pelo choro mais alto começa no berço. E ainda mais pelo desafio de conseguir oportunidades em grandes empresas. Portanto, não existe segredo. O jornalista consciente, trabalhando em veículo ou não, precisa ser um administrador que entende o comunicatio como um todo, convergindo áreas do conhecimento. Esse é o caminho que se apresenta.
Aos graduandos e profissionais formados: é a hora de expandir as possibilidades, afinal, o bom jornalismo sempre prevalecerá, não importa o meio.
Fonte: Blog Mídia 8 - Por Gabriel Bocorny Guidotti.