Todo assessor de imprensa antenado sabe que é preciso orientar os clientes quanto aos assuntos que rendem ou não notícia. No início do trabalho é comum receber muitas sugestões de temas e ter que organizar a melhor forma de divulgar cada assunto, sempre avaliando se aquilo vale realmente uma pauta para imprensa ou se é algo de interesse interno ou para um relacionamento com clientes e parceiros. Depois dessa análise criteriosa, o assessor desenvolve materiais com apelos diferentes para mídia externa, veículos internos e comunicação institucional.
Enquanto temos conteúdo, tudo fica mais fácil, pois é só questão de adaptar e direcionar o trabalho para o foco mais adequado. Mas o que acontece, algumas vezes, é que depois de um certo tempo os clientes acabam se acomodando em relação à assessoria de imprensa e deixam de trazer tantas sugestões de pautas. Em conversas por telefone ou contatos por e-mail, o cliente comenta que já não tem novidades e até sugere dar um tempo na divulgação.
Leitura indicada: Como aprimorar o relacionamento com o cliente
Quando isso ocorre é importante ligar o sinal de alerta e tomar atitudes para não perder a conta. Mais do que esperar a percepção do cliente sobre os assuntos que geram ou não pautas para a imprensa, o assessor precisa estar atento, participar e entender da rotina da empresa atendida e buscar dados e ângulos diferentes para sustentar o seu trabalho.
Nada melhor do que uma conversa informal, um cafezinho despretensioso, para “arrancar” da fonte informações valiosas sobre a empresa que não foram mencionadas na reunião oficial de pauta ou em contatos por e-mail. Aqui entra o trabalho de repórter investigativo, pois é a curiosidade do assessor que fará com que ele perceba os desejos e anseios não declarados do cliente e consiga encontrar temas que possam ser trabalhados em pautas interessantes para a imprensa.
Muitas vezes a relação não será tão óbvia e direta, como a divulgação de um novo produto, o lançamento de uma unidade ou a realização de um evento; mas é possível incluir o cliente como personagem de matérias relacionadas com a área de atividade ou mesmo como especialista em entrevistas sobre assuntos que domina. Com um pouco de criatividade e vontade de fazer além do combinado, é possível superar o trivial e surpreender tanto o cliente quanto os colegas da imprensa com pautas diferentes e interessantes.