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Não pode faltar no media training

Não foram poucas as vezes que eu fui conversar com um entrevistado – quando era repórter – e ele: não tinha as informações que eu precisava, não conseguia gravar a entrevista em vídeo sem gaguejar, demorava a atender as minhas ligações (mesmo tendo ficado à disposição para sanar dúvidas) ou dizia que não ia se pronunciar sobre o assunto. Como eu já tinha estado do outro lado, sabia o motivo. O entrevistado nunca tinha passado pelo media training.

Uma das funções do assessor de imprensa (que já abordei no post “O que faz o assessor de imprensa”) é justamente guiar o seu cliente no processo de construção de relacionamento com repórteres, editores e outros colegas da imprensa. Mas um cliente que não faz ideia de como funciona um veículo de comunicação, nunca vai entender como lidar com as demandas jornalísticas. Por esse motivo, é papel do assessor realizar o media training, explicando desde como se estrutura um jornal ou TV, até como pode se desenvolver a conversa com os jornalistas.

Esse curso não deve ser feito apenas em gerenciamento de crise, momento em que é crucial. É importante que ele aconteça logo no começo das atividades da assessoria de imprensa, já que, com o início da divulgação, solicitações de entrevistas irão surgir. Podem participar do media training todos os entrevistados em potencial: o presidente, líderes de uma área da empresa que gera muita informação, colaboradores que participam de algum projeto específico, entre outros.

Seguem cinco pontos que, na minha opinião, não podem faltar no media training:

1. Rotina dos veículos

O media training é um treinamento voltado para o entendimento dos processos de mídia(como o próprio nome já diz), sendo assim, nada melhor do que iniciar o curso falando sobre o seu foco principal: como atua a imprensa. Separar por veículos pode ajudar na compreensão.

Por exemplo, você pode explicar tudo sobre jornal impresso: quais são as funções dentro do jornal, como funciona a escolha das pautas factuais e especiais, como acontece a produção, redação e edição das matérias. Depois explicar como acontecem os mesmos processos natelevisão, no rádio, na internet.

Isso é importante para que o cliente entenda porque os jornalistas sempre estão com pressa, porque as demandas parecem ser de última hora e, principalmente, porque muitas vezes o resultado final, a reportagem publicada, não é o que esperamos. Vale considerar levar o cliente aos veículos ou convidar um repórter para uma conversa, na qual os participantes possam tirar dúvidas.

2. Diferenciar os formatos

Levar exemplos de um mesmo assunto publicado no jornal, na TV, na rádio, na internet e narevista pode enriquecer o media training. Se esse case for da própria empresa, melhor ainda. Dessa maneira, o cliente vai entender na prática as diferenças entre os formatos, e, com isso, vai ver que é preciso lidar com eles de maneira diferente. Assim, se ele for falar com um repórter de televisão, vai saber que não adianta gravar 30 minutos de entrevista e não ficará ofendido se o repórter cortar a conversa.

3. Explicar o trabalho da assessoria de imprensa

Muitos clientes não fazem ideia de como funciona o trabalho da assessoria de imprensa. Acham que se resume a atender demandas de jornalistas e “incomodar” a chefia para conseguir informações valiosas. Por isso, o assessor deve falar também sobre a sua rotina e a importância dele mediar os processos, para evitar alguns descontroles comuns, como o repórter ligar direto para o cliente e deixá-lo irritado. O cliente deve entender a importância do trabalho do assessor e como o seu relacionamento com ele deve ser transparente.

4. Levantar cases internos

Pode ser interessante você conversar com o seu cliente e identificar problemas recorrentes no relacionamento com a imprensa, apresentando esse problema no media training e mostrando soluções. Então, caso o presidente tenha dado uma entrevista para um jornal e não concordou com o que foi publicado, vale a pena discutir o caso em conjunto. Tentar identificar as falhas na comunicação e propor alternativas.

5. Simular entrevistas

O ponto alto do media training é a simulação de entrevistas para diferentes veículos. Com essa simulação, o assessor poderá trabalhar com as dificuldades do cliente e potencializar suas qualidades. É legal utilizar um tema que já é alvo de divulgação da assessoria e formular perguntas variadas, tanto positivas quanto negativas. O assessor deve analisar a postura, a dicção, erros de português, gestual e, até mesmo, a roupa que o cliente está usando. Não há uma regra, mas algumas entrevistas pedem roupas mais formais, mesmo que esse não seja o estilo próprio do cliente.

Para as simulações de entrevistas em televisão, use câmera e microfone e depois mostre o resultado. Com a observação, o cliente poderá perceber as falhas e tentar evitá-las em uma entrevista real. Em entrevistas para impressos ou internet, não deixe de redigir o texto final e mostrá-lo ao cliente. Assim, vocês poderão perceber se houve erros de interpretação e desenvolver uma linguagem mais clara para o repasse de informações aos jornalistas.

Não esqueça de explicar os procedimentos pré-entrevista. Por exemplo, se o cliente não domina o assunto, você deve orientá-lo a pesquisar, ir atrás de informações e números que possam ajudar o repórter. Isso vale tanto para as entrevistas individuais quanto para as temidas coletivas de imprensa.

– Coletivas de imprensa

As coletivas merecem uma atenção especial dentro da simulação de entrevistas. Afinal, se o cliente já se sente intimidado com uma câmera, imagina com várias, enquanto é bombardeado por perguntas de diversos repórteres. Se a empresa tem uma área de comunicação completa, tempo e recurso, abrace a oportunidade de simular uma coletiva de imprensa com todos os profissionais sobre um tema polêmico fictício ou real. Não serão só em momentos de crise que as empresas decidirão fazer uma coletiva, mas, normalmente, essas são a coletivas mais difíceis de lidar. Para esse tipo de simulação, é importante já ter definido o porta-voz da empresa.

Fonte: Emanuelle Gomes